Roberto Carlos completa 82 anos e comemora em sua cidade natal
Roberto Carlos completa 82 anos em plena atividade – Foto: Divulgação
Dia 19 de abril. Dia de Rei! Além de ser comemorado o Dia do índio, é nesta data, que há 82 anos nasceu Roberto Carlos Braga. E para celebrar a idade, que chega com ar de vitória após a superação da pandemia – que deixou o cantor ainda mais recluso – ele vai celebrar em sua cidade.
Será em Cachoeiro do Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, que o Rei se apresentará nesta quarta-feira, 19 de abril. Ele chegou à cidade na terça-feira, 18 de abril, à tarde, depois de ter desembarcado de jatinho no Aeroporto de Vitória, e percorreu de carro mais 140 km que separam a capital do estado a Cachoeiro de Itapemirim.
No repertório do show de aniversário, Roberto Carlos separou “músicas que o público gostaria de ouvir”. Na sexta-feira, 21de abril, feriado de Tiradentes, Roberto se apresentará em Vitória, onde não cantava desde 2018.
Em Cachoeiro de Itapemirim, ele se apresentou uma única vez no Estádio do Sumaré, em 2016, para comemorar os 75 anos de idade.
A INFÂNCIA E O ACIDENTE QUE MARCOU PRA SEMPRE A VIDA DO REI
Uma criança serelepe como a grade maioria. Era assim que o pequeno Roberto era definido por seus familiares, principalmente por sua saudosa mãe, Lady Laura, que morreu em 2010.
Aos 06 anos de idade, enquanto brincava na linha do trem, Roberto Carlos sofreu um grave acidente que resultou na amputação de parte da perna direita.
Roberto Carlos na infância – Foto: Reprodução/ Twitter
Era dia 29 de junho de 1947, dia de São Pedro, e Roberto Carlos — na época conhecido como Zunga — chamou a amiga Eunice Solino, a Fifinha, para ver as celebrações.
Segundo Eunice, em depoimento para o pesquisador e biógrafo do livro “Roberto Carlos Outra Vez”, Paulo Araújo, por volta das 9h30 da manhã, uma professora viu que os dois estavam perto demais de uma linha de trem, e uma locomotiva a vapor carregada de minério de ferro se aproximava.
Ao tentar chamar a atenção das crianças, a professora acabou assustando Roberto Carlos, que tropeçou. Eunice contou que a professora tentou gritar para o maquinista parar o trem, mas era tarde demais: o veículo passou sobre a canela direita do menino.
Um jovem chamado Renato Spíndola e Castro, percebendo que não havia mais tempo, fez um torniquete com seu paletó de linho e levou o menino ao hospital em seu carro. O “sangue no linho branco”, na letra de “O Divã”, é uma referência ao rapaz. O episódio foi citado ainda em “Traumas” (“Falou dos anjos que eu conheci/No delírio da febre que ardia/Do meu pequeno corpo que sofria/Sem nada entender”).
Roberto Carlos não sentia dor, porque o trem havia destruído os nervos que davam sensibilidade à região. O médico ousou com uma técnica nova para a época: ao invés de amputar a perna na altura do joelho, como era o procedimento padrão, fez a amputação um pouco abaixo. Isso permitiu que Roberto Carlos mantivesse os movimentos na articulação.
Segundo o jornalista Nelson Motta, que produziu uma série sobre a vida de Roberto Carlos com o diretor Breno Silveira, ele andava de muleta e prendia a barra da calça com um alfinete até os 14 anos, quando conseguiu uma prótese.
COMO A MÚSICA ‘ENCONTROU’ ROBERTO CARLOS
Roberto Carlos estudou no Conservatório Musical de sua cidade e aos 9 anos era a principal atração da Rádio Cachoeiro, quando imitava o cantor Bob Nelson.
Aos 12 anos ele mudou com a família para Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde começou a frequentar programas de jovens, cantando bolero e samba-canção.
Uma nova mudança, dessa vez para o subúrbio de Lins de Vasconcelos. E eis que Roberto nas andanças pela região, chegou à turma do Matoso, na Tijuca, onde conheceu Sebastião Rodrigues Maia mais tarde popularizado como Tim Maia.
Em 1957, de olho no rock in roll americano, os dois se uniram a Arlênio Lívio e Wellington Oliveira, formando a banda “The Sputniks”. O conjunto participou do programa de Carlos Imperial, na Rádio Tupi, o Clube do Rock, com destaque total. Mas Roberto sonhava em cantar sozinho e iniciou suas apresentações solo no programa de Imperial.
Maia ficou revoltado e passou a xingar o colega nos ensaios, levando Roberto a sair do grupo. Após assistir à apresentação solo de Roberto, Maia decidiu saiu do Sputinik e foi atrás de Imperial para apresentar-se sozinho com o nome de Tim Maia.
Tim Maia e Roberto Carlos cantavam juntos no extinto grupo “The Sputnik” – Foto: Reprodução/ Twitter
O SUCESSO CHEGOU E ERASMO CARLOS TAMBÉM
Com apoio total de Carlos Imperial e decidido a gravar um compacto, Roberto conseguiu gravar na Polidor, mas vendeu pouco e o contrato foi encerrado.
Em 1960, Imperial procurou Roberto Corte Real da gravadora Colúmbia e finalmente em agosto foi lançado o compacto com as músicas: “Canção do Amor Nenhum” e “Brotinho sem Juízo”.
Algum tempo depois Corte Real sugeriu lançá-lo com bolero e música de juventude. Roberto Carlos então, gravou o compacto com o chá-chá-chá “Louco por Você” e o bolero “Não é Por Mim”, lançado em 1961. Foi o começo do sucesso.
Nesse tempo, Roberto conheceu Erasmo Carlos, que se tornaria o seu maior parceiro musical. Em 1963, com o lançamento do disco “Splish splash”, com as músicas, “Parei na contramão”, “O calhambeque” e “É proibido fumar”, Roberto iniciou sua carreira de grande sucesso.
O AUGE NA JOVEM GUARDA
Com impressionantes índices de audiência, em setembro de 1965 estreou o programa “Jovem Guarda”, com Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos.
No mesmo ano, Roberto compôs com Erasmo, aquela que se tornaria seu maior sucesso: “Quero que vá tudo pro inferno”. Eles seguiram compondo hits como “Eu te Darei o Céu”, “Querem Acabar omigo”, “Eu Estou Apaixonado Por Você” e “Namoradinha de um Amigo Meu”, que foram as músicas mais tocadas durante o ano de 1966.
Em 1968, Roberto Carlos viajou para San Remo, onde foi participar do famoso Festival da Canção. Depois de conquistar o primeiro lugar, com a música “Canzone per te”, de Sérgio Endrigo, voltou consagrado.
Erasmo Carlos, Wanderléa e Roberto Carlos – Foto: Reprodução
Comentários do Blogger
0 Comentários