Foi taca na raça, Brasil!
Acabou a Copa do Mundo. Agora, segue-se a vida. Será?
Dizem que no Brasil, as coisas só começam a funcionar de fato após o Carnaval, que acontece em fevereiro e às vezes no início de março. Nesse ano houve mais um redutor de velocidade ao início do fluxo normal de funcionamento do país – a Copa do Mundo. Encerrada a Copa, espera-se que as coisas agora funcionem. Será? Acredito que não. É ano eleitoral. Ao invés de o Brasil começar a funcionar, agora vai começar é a campanha eleitoral. E até as eleições em outubro/novembro, só será politicagem e politicanalhice, com raras exceções para a política de verdade. E após as eleições será a formação do novo governo, depois vem período natalino, réveillon e pronto: acabou o ano! Não perdemos só a Copa. Perdemos, por esse raciocínio, todo o ano de 2014.
E agora, mudando de assunto, falemos algo da desclassificação da seleção brasileira para a Alemanha. Por adjetivos ou substantivos? Usemos os dois elementos gramaticais. Vamos lá, então: perplexidade, embasbacados, constrangimento, atônitos, humilhação, abismados, decepção, impressionados, taca, catatônitos, frustração, destroçados... Todos esses são sentimentos e situações daquela partida da última terça nas semifinais, entre tantos outros. Nós, o maior campeão, vivemos nossa maior humilhação.
Dizem que a Alemanha tem historicamente fama da exterminadora. Na segunda guerra mundial, sob o comando de Hiltler, exterminou cerca de 11 milhões de civis entre judeus, homossexuais, ciganos, anões e deficientes físicos e mentais. Agora exterminou a seleção brasileira com uma goleada que só não foi maior por dó deles de nós, já que são eminentemente educados e ficaria indelicado uma sova maior em seus anfitriões; exterminou também nosso sonho de conquistar o hexacampeonato mundial em casa (dizem que o “HEXA JÁ”, ficou “JÁ HERA”) e exterminou o sonho de Dilma Roussef e do PT de usar a Copa para capitalizar potencialmente sua campanha à reeleição (dizem que agora depois do “Mais Médicos”, “Mais Enfermeiros” etc, o governo dela vai criar o “Mais Jogador”, para tirar o emprego desses atuais jogadores que frustraram seus sonhos eleitoreiros). E por último exterminou a Argentina também. E ainda sobre a partida com o Brasil, dizem que nem a fábrica da Volkswagem, fabricante do automóvel Gol, faz tantos gols em tão pouco tempo – 03 gols em 06 minutos, como foi naquela partida malfadada. E quem se deu bem além dos alemães nesse jogo, foram os donos de bolões, pois todos ganharam sozinhos, já que ninguém palpitou tamanho desastre em diferença de placar.
Analisando bem, o bom do futebol é isso, a sua imprevisibilidade, e muitas vezes a irracionalidade, o que torna a coisa totalmente emocional. E por isso o futebol faz tanto sucesso: pela sua imprecisão. Pois vejam: dizem que a falta de Neymar foi responsável por isso. Que nada! No jogo anterior ele pouco jogou bem e nem gols fez no tempo normal da partida. A Alemanha ganhou porque jogou melhor cumprindo um esquema tático tecnicamente seguido com muita disciplina e organização por seu time.
Mas o importante é que fizemos uma linda festa, demos uma demonstração de desenvolvimento, suficiência, decência e civilidade ao mundo. A Alemanha foi merecidamente campeã. Nossa seleção não teve o desempenho esperado, mas foi valente. E independente de tudo, temos que continuar brasileiros com muito orgulho do nosso país e da nossa seleção pentacampeã. Sem esquecermos de nunca nos furtarmos às lutas e atitudes corretas pelas transformações sociais e políticas que tanto precisamos.
E o nosso HEXA fica para 2018 na Rússia.
Allan Roberto Costa Silva, médico, ex-presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras e da Associação dos Poetas e Escritores de Pedreiras-APOESP. E-mail: arcs.rob@hotmail.com
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