Para o parlamentar maranhense, o ideal para o momento brasileiro é um governo com a participação de todos os partidos e envolvendo lideranças


O líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados, deputado Sarney Filho, manifestou-se ontem contrário ao movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo reconhecendo a gravidade do momento que o país enfrenta. Na opinião do parlamentar, o ideal para o momento seria a escolha por um governo de coalizão, suprapartidário. "Diante dos problemas econômicos e da grave crise política, a presidente Dilma deveria optar agora por um governo suprapartidário, de coalizão, capaz de apontar os caminhos para que o país possa sair da crise nos próximos meses", defendeu o líder. Para ele, "a presidente precisará de sensibilidade e determinação para enfrentar a seriedade desse quadro". As ações pelo afastamento da presidente Dilma ganharam mais força esta semana, com ações da mídia e de partidos de oposição, combinadas com denúncias da Operação Lava Jato, que envolvem membros do governo. Há também uma pressão sobre setores do PMDB para que retire o apoio a Dilma no Senado e na Câmara dos Deputados. Para Sarney Filho, o momento não é de racha, mas de unidade.

Saídas - As discussões e as ações suprapartidárias, de acordo com Sarney Filho, poderão apontar saídas para a crise e ainda para a necessidade de mudanças no sistema eleitoral, com a construção de um modelo de governo parlamentarista nas próximas eleições. Ele mostrou preocupação com a recessão e com a perda de "ganhos sociais importantes" conquistados ao longo dos dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vejo com muita preocupação o que vem ocorrendo em nosso país. A recessão está além do que podíamos imaginar. O desemprego aumenta, e mesmo os ganhos sociais importantes que foram conquistados durante o governo Lula estão se perdendo", lamentou o deputado. O deputado alertou que "há uma tendência conservadora dentro do Congresso e inclusive de posições que beiram o golpismo". Sarney Filho afirmou que, diante de um governo enfraquecido, a situação se agrava, porque o Congresso Nacional está sem freios. "Isso fica claro, diante de votações recentes", afirmou o deputado. Mesmo assim, ele critica ações pelo afastamento.

Fonte: O Estado do Maranhão

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