A Polícia Civil do Rio vai pedir à Justiça a quebra do sigilo de cerca de 30 perfis do Facebook para tentar identificar os autores das ofensas racistas postados contra a atriz Taís Araújo na noite do último sábado, 31. A atriz prestou depoimento nesta quarta-feira, 4, à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que instaurou inquérito para investigar o caso.



Quem for identificado será indiciado por injúria racial – neste caso, em que foi usada a internet para difundir a ofensa, a punição pode chegar a quatro anos de prisão.  Se for comprovada a articulação entre os ofensores, pode ficar caracterizado também o crime de formação de quadrilha e a punição pode chegar a oito anos de prisão.


“É algo inadmissível, uma ignorância, uma falta do que fazer.  A polícia está deixando de trabalhar em assuntos sérios para investigar uma brincadeira de mau gosto feita contra a atriz.  Essa brincadeira tem repercussões criminosas, é um crime grave”, afirmou o delegado Alessandro Thiers, responsável pela investigação.


Segundo o delegado, mesmo se que o perfil tenha sido apagado é possível identificar de qual computador ele foi postado, e assim chegar à autoria.  Thiers afirmou que, “numa análise rápida”, foi identificada uma possível ligação entre as pessoas, o que indica a hipótese de formação de quadrilha para a prática de crimes de preconceito.


A atriz não conversou com a imprensa após prestar depoimento, nesta quarta, mas divulgou nota em que diz: “Presto depoimento porque sei que meu caso não é isolado e é exatamente o que acontece com milhares de outros negros no País”.  Ela agradeceu as mensagens de apoio que recebeu e disse crer que seu trabalho “é a melhor resposta para o preconceito”.  Taís participa da série “Mr. Brau”, exibida pela TV Globo, e da peça de teatro “Topo da Montanha”, em cartaz em São Paulo.

Do Jornal Pequeno

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