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A polícia francesa confirmou na noite desta sexta-feira (13) que pelo menos cem pessoas foram mortas dentro da casa de shows Bataclan, em Paris, onde homens armados abriram fogo durante um show.
Quatro agressores morreram no local, sendo três que acionaram cinturões com explosivos e um abatido pela polícia antes de acionar seu cinturão. Outros três suicidas explodiram nos arredores do Stade de France e um quarto morreu no Boulevard Voltaire, próximo ao Bataclan, revelou um oficial ligado à investigação à agência AFP. Oito terroristas teriam sido mortos, portanto.
A casa de espetáculos Bataclan, onde estava acontecendo a apresentação da banda Eagles of the Death Metalabrigava cerca de 1.500 espectadores no momento do ataque. Muitos conseguiram sobreviver ao deitar no chão entre os assentos. O presidente da França, François Hollande, foi até o local.

Série de atentados

A cidade registrou uma série de atentados terroristas em locais com grande concentração de pessoas: além da casa de shows, foram alvo dos ataques um bar e o Stade de France, onde França e Alemanha disputavam um amistoso e onde Hollande acompanha a partida.
Segundo testemunhas, os atiradores da casa de shows Bataclan teriam atirado contra a multidão gritando "Allahu Akbar" ("Deus é grande"), contou uma testemunha entrevistada pela rádio France Info. "Com minha mãe nós conseguimos fugir do Bataclan (...), conseguimos evitar os tiros, havia muitas pessoas pelo chão", contou o jovem, chamado Louis.
"Os homens chegaram e começaram a atirar no local da entrada", disse. "Eles atiraram contra a multidão gritando 'Allahu Akbar' com os fuzis em punho, eu acho". "Eu ouvia eles carregando, o show parou, todo mundo deitou no chão, eles continuavam atirando nas pessoas...minha nossa, foi um inferno", continuou o rapaz, a voz embargada de choro.
"Eu peguei minha mãe, nós estávamos deitados no chão, alguém disse 'eles foram embora', nós saímos por uma saída de segurança, ainda dava para ouvir os tiros quando fomos embora, tivemos que pular os corpos, foi um pesadelo", disse a testemunha, que disse não ter visto os atiradores, apenas "silhuetas quando eles começaram a dar os primeiros tiros".
Um repórter de rádio francês que estava no local fez um relato angustiante do que chamou de "10 minutos horríveis" que se seguiram à entrada no local de homens armados e vestidos de preto. "Empunhando fuzis Kalashnikov AK-47, eles dispararam de forma aleatória em centenas de espectadores de um show de rock, disse. Segundo ele, todos os atiradores eram jovens.
"Foi um banho de sangue", relatou Julien Pierce, um repórter da emissora France 1, à CNN. "As pessoas berravam e gritavam, todo mundo se deitou no chão e durou dez minutos, dez minutos, dez minutos horríveis em que todo mundo estava no chão cobrindo sua cabeça."

Cidade em alerta

O Ministério das Relações Exteriores da França afirmou que os aeroportos do país permanecerão abertos e que as operações de voos e trens serão mantidas, apesar dos ataques coordenados em Paris na noite desta sexta-feira. Escolas e universidades da região de Paris permanecerão fechadas.
Autoridades pediram que a população permanecesse em suas casas durante a madrugada. As estações de metrô foram fechadas. Pelo menos 1.500 militares foram convocados para reforçar a segurança da cidade.
Estes ataques ocorrem dez meses após os atentados jihadistas de janeiro contra o jornal humorístico Charlie Hebdo e um supermercado judaico em Paris, que deixaram 17 mortos, e foram seguidos de diversos outros ataques ou tentativas.
A França está envolvida há mais de dois anos na coalizão antigoverno islâmico no Iraque, mas começou a fazer ataques contra o grupo Estado islâmico na Síria em outubro.
O país anunciou em 5 de novembro que iria enviar ao longo de dezembro no Golfo seu porta-aviões Charles de Gaulle, uma decisão que seguiu o anúncio americano de uma intensificação dos bombardeios aliados na Síria. (Com agências internacionais)
 

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