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Brasil 247 – Na entrevista que concedeu à jornalista Mônica Bergamo, a presidente Dilma Rousseff nega que o ex-presidente Lula está deprimido, como afirmou José Sarney, na conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. De acordo com Dilma, Lula chora porque “é uma pessoa com fortes emoções”.

“O Lula chora. Ele chorou, sim. O Lula ficou muito triste ali, quando eu saí”, ressalta.

“É mentira [a depressão]. Gente, o Lula é uma pessoa com fortes emoções. O Lula chora porque tem dor. Ato contínuo, ele se recupera e enfrenta a vida. Que Lula tá com olho inchado de chorar, o quê!”, afirma.

Questionada se não teria sido melhor ter cedido o lugar para que Lula fosse candidato à Presidência em 2014, a presidente cita a escritora Barbara Tuchman. “A Barbara Tuchman escreveu um livro fantástico, “A Marcha da Insensatez”. A insensatez só é insensata quando você percebe que isso pode ocorrer e insiste. Não vale a pena olhar para trás, com tudo já passado, e falar “tinha de ser assim””, diz.

Já ao falar sobre os apelos do ex-presidente para colocar Henrique Meirelles na Fazenda, Dilma diz discordar das medidas anunciadas na semana passada pelo agora ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB). “Cada um é cada um. Eu respeito o Henrique Meirelles, tá? Agora, eu não concordo com essas medidas. Gosto mais do Meirelles no Banco Central que no Ministério da Fazenda. Pelo menos até agora. Não sei se é dele essa ideia de propor o orçamento base zero [que só cresce de acordo com a inflação do ano anterior]. Mas não é possível num país como o nosso, não ter um investimento pesado em educação. Sem isso, o Brasil não tem futuro, não. Abrir mão de investimento nessa área, sob qualquer circunstância, é colocar o Brasil de volta no passado. É um absurdo”, diz.

A presidente também rebate a tese de que o Bolsa Família é “esmola” e defende a criação da CPMF, como forma de manter investimentos sociais. “Os que são chamados de coxinhas acreditam que o Bolsa Família é uma esmola. Não é. Ele tem efeito enorme sobre as crianças. Entre fazer isso [cortes em área sociais] e criar um imposto, cria um imposto! Para com essa história de não criar a CPMF. Só não destrói a educação e a saúde. Não tira as crianças da sala de aula. É essa a discussão que precisa ser feita e não uma discussão genérica sobre o pato”, ressalta.

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