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Filha se alguém perguntar por mim, diz que tô na Netolândia. Eu te amo muito, muito, muito”. Essa foi a última frase que Raquel da Silva Santos, de 35 anos, ouviu do marido Ezequias dos Santos Ferreira, 37, ao se despedir para sempre da esposa, no município de Novo Repartimento, região sudeste do Pará. O crime foi duplo, pois além de Ezequias, os criminosos mataram também Alexsandro Rodrigues Oliveira, 35, amigo de Ezequias, na vila Nova Conquista, Projeto Rio Gelado, zona rural do município de Novo Repartimento. Os corpos foram encontrados na terça-feira (17).

O duplo homicídio está sendo investigado pelo delegado Alenson Marlon Tavares e os últimos passos das vítimas foram relatados ao policial pela esposa de um deles, que se identificou como Raquel da Silva Santos. Ela contou que no dia 12 último, por volta de 21h Ezequias, Alexsandro e ela ingeriam bebida alcoólica em um bar, na vila Nova Conquista.E depois saíram do estabelecimento às 2h da madrugada. Foram à casa de Raquel, onde a deixaram e saíram novamente.

“Meia hora depois eles retornaram tendo o Ezequias vestido uma calça comprida e uma bota e se despediu de mim com palavras carinhosas, como se fosse a última vez”, disse Raquel ao delegado.Pela fresta da janela ela viu o marido montar na garupa da motocicleta de Alexsandro. Sumiram na escuridão da madrugada. “Foi a última vez que vi meu marido vivo”.

Como ele não retornou na manhã do dia 13, parentes e amigos, juntamente com policiais militares, começaram as buscas. Algo estava errado: ligações para os celulares dos 2 caíram nas caixas postais. Na terça-feira (17), Raquel soube que haviam encontrado 2 corpos boiando no rio Aratu, em Novo Repartimento. O corpo de Ezequias foi logo reconhecido por uma irmã. O filho de Alexsandro também o reconheceu. 

LATROCÍNIO

O duplo homicídio está sendo tratado como latrocínio, uma vez que a motocicleta de Alexsandro Rodrigues Oliveira não foi encontrada e os corpos apresentavam sinais de espancamento. Além de várias perfurações causadas por tiros. Foram desovados no rio Aratu, distante 20 quilômetros do local onde residiam. Os assassinos ainda não foram presos.

(*J.R. Avelar/Diário do Pará)

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