Papete deixa saudades e um legado imensurável para a cultura maranhense
Foto: Arquivo |
Na madrugada desta quinta-feira (26), a cultura maranhense perdeu um de seus grandes representantes. Depois de lutar contra um câncer de próstata, José de Ribamar Viana, o Papete, faleceu aos 68 anos, em São Paulo, onde morava desde o ano de 1966.
Natural de Bacabal, Papete mudou-se para São Paulo ainda jovem, aos 18 anos. Na capital paulista foi consagrado como cantor, percussionista e compositor de reconhecimento nacional e internacional, sem nunca deixar de prestigiar a sua terra natal, sendo presença garantida e esperada nos festejos juninos no Maranhão.
Em 1978 gravou o antológico disco da história da Música Maranhense: Bandeira de Aço. No repertório deste disco, Papete traz canções que se tornaram ícones do São João do Maranhão, como Boi da Lua e Catirina. Sua trajetória é notável e nos anos de 1982, 1984 e 1987, foi eleito um dos três melhores percussionistas do mundo.
As maiores homenagens Papete recebeu ainda em vida, por meio da repercussão de suas canções e do carinho dos fãs, mas após a sua morte as homenagens continuam. Seu nome será dado a um dos arraiais realizados pelo Governo do Maranhão em 2016.
“Papete é um ícone da nossa cultura. Não temos como falar em música popular maranhense, em São João e não falar em Papete. Ele emprestará seu nome ao arraial que realizaremos no Clube do Servidor do Estado do Maranhão (Ipem) esse ano”, revelou o secretário de Estado da Cultura e Turismo, Diego Galdino.
Repercussão
Assim que a notícia do falecimento de Papete foi anunciada, as redes sociais ficaram tomadas por homenagens, feitas por familiares, amigos, fãs e admiradores do artista. O escritor José Neres postou: “Neste momento, agradeço o grande músico e cantor por servir de ponte entre mim e o Maranhão e por iluminar minha estrada com o som de sua música. Obrigado!”.
O também músico e cantor Zeca Baleiro fez referência ao legado que Papete deixou. “Hoje perdemos Papete, um dos maiores músicos brasileiros, amigo e conterrâneo querido. Seu legado é imenso”, registrou.
Poeta e escritor, Joãozinho Ribeiro lembrou o último encontro que teve com Papete, ano passado em São Paulo. “A Cultura Brasileira sofre uma perda sem possibilidade de reposição. Adentra com todas as honras na Academia da Grande Arte Popular do Brasil sem precisar apresentar passaporte diplomático”.
O fotógrafo Márcio Vasconcelos também deixou uma homenagem. “Tive a sorte de conviver por vários meses com o amigo Papete Viana, em muitas viagens pelo Maranhão, para a produção do seu livro Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba meu Boi do Maranhão. Saudades!”.
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