O simbolismo do LISO nessas eleições
“E não vos conformeis com este mundo, mas vos transformeis pela RENOVAÇÃO da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Romanos 12:2
Sei que podem me rotular de herege. Porém, não consigo conceber a eleição de Antônio França em Pedreiras e o resultado eleitoral em panorama nacional, como pelo entendimento expresso por Paulo em Romanos 12.2.
O Apóstolo Paulo é o maior exemplo na história da humanidade de processo de conversão. Temos outros, como Santo Agostinho, Tomás de Aquino etc. Mas conversão significa mudança de rota ou rumo. E nisso a transformação de Saulo em Paulo não tem comparação histórica mundial. Nem na história de Pedreiras há o arremedo de algo como a eleição do LISO. E esse fenômeno não é somente pedreirense. Senão vejamos:
A maior metrópole brasileira, terceira maior do mundo, São Paulo, elegeu surpreendentemente o quarto colocado nas pesquisas em intenção de votos até as vésperas da eleição, já no primeiro turno, sem direito ao segundo, o engomadinho apolítico João Dória Júnior. A cidade maravilhosa escolheu um LISO desconhecido com apenas 11 segundos de tempo na propaganda eleitoral para concorrer no segundo turno com o semideus Marcelo Crivella. Uma cidade de Santa Catarina elegeu um mero carteiro, candidato derrotado de menos de 100 votos para vereador nas duas últimas eleições, contra o todo poderoso prefeito atual com a máquina nas mãos. No Maranhão, o antigo Encruzo elegeu o aloprado Indalércio contra os todo-poderosos Curiós mandonistas na cidade e região. Santo Antônio dos Lopes confirmou o previsto com a decisão pelo LISO Bigu. Capinzal do Norte o também previsível André Portela. O capo Ricardo Murad perdeu em seus principais redutos, especialmente em seu berço Coroatá. Na Princesa do Sertão, Caxias, não foi diferente, saiu derrotado o poderoso Presidente da Assembléia Legislativa do Estado. E pasmem! Imperatriz deixou de ser anti-Sarney e o governador Flávio Dino não fez vitoriosa a metade dos candidatos que apoiou.
A mensagem do povo está clara: mesmo em alguns casos de resultado controverso, a preferência é pela renovação da classe política. Por isso Pedreiras elegeu Antônio França.
Lembro-me muito bem que quando lançamos seu nome, os emplumados da política e da high society local riam e o rotulavam de “mané”; até o apelidaram de “Sassá Mutema” pelo seu jeito acaboclado e diziam que seu projeto era loucura, pois não se ganha eleição em Pedreiras sem dinheiro.
Confirmavam o que no fundo queríamos: apresentar a Pedreiras um projeto político totalmente novo, sem rótulos e sem compromisso ou máculas com o passado político tradicional e de fato “louco” no sentido de contrariar a mentalidade política convencional vigente. França se idealizou assim. Nós que o concebemos desde o início queríamos mesmo que ele não mudasse! Era exatamente esse o propósito: O NOVO!
Há menos de 01 ano, um famoso blogueiro maranhense, sendo indiferente a França em suas matérias, instado a reconhecê-lo e citá-lo como pré-candidato a prefeito, perguntou boquiaberto: “quem é este vereador mesmo no jogo do bicho?”. O líder de intenções de votos na pesquisa eleitoral para prefeito de Pedreiras, ex-prefeito Lenoílson Passos, quando foi à mídia dizer-se impedido de concorrer e apresentar a esposa como candidata, referiu-se ao atual prefeito eleito, somente provocado, esquecendo seu nome, chamando-o de “aquele menino”. A mídia local o descriminava e chamou para entrevistar até o candidato em último lugar na preferência do eleitorado pedreirense com apenas 595; mas não deu espaço ao liso França, que saiu vitorioso nas urnas. A burguesia da cidade torcia-lhe o nariz, mas o povão entendeu a sua mensagem e abraçou o seu projeto e hoje França é consagrado popularmente a maior liderança política regional do Médio Mearim. Sim! Porque destronou o papagaio deste cargo, pois nas eleições passadas, há apenas 04 anos, Louro era Deputado Estadual e fez “barba, cabelo e bigode” nas eleições: elegeu a consorte da época vice-prefeita de Pedreiras, um dos filhos vice-prefeito de Trizidela do Vale, Totonho Chicote prefeito e sagrou mais dois filhos vereadores. Nesta eleição atual a filha terminou em terceira colocação e nem seu filho reelegeu-se vereador. Raimundo Louro foi o maior derrotado das eleições municipais em 2016 em Pedreiras. França ainda botou no chinelo “o santo do pau-oco” Lenoílson Passos, que era o preferido, deixando sua esposa em humilhante quarta colocação e ainda derrotou o candidato do governador Flávio Dino e do onipotente Secretário de Estado Simplício Araújo com a esmagadora maioria de 1549 votos de diferença!
Essas vitórias o fazem mais do que prefeito de Pedreiras. Fazem dele a maior liderança politica regional atual.
A eleição de França é resultado de coragem e fé. Subestimaram, desdenharam e menosprezaram os poderosos locais não somente a habilidade política do grande líder Antônio França, mas, principalmente, ignoraram o sentimento popular que exalava nas ruas: MUDANÇA!
O povo está cansado da mesmice de dinheiro representar poder político e condição social de pobreza ser considerada improvável e derrotada. E o LISO percebeu isso muito cedo e maestramente capitalizou tal sentimento para si como ator principal desse cenário de basta do mesmo sempre e renovação já!
O povo quis o LISO não por enganação, mas, simbolicamente, como grito de libertação!
Allan Roberto Costa Silva, ex-Vereador-Presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras-APL e da Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras–APOESP. Email: arcs.rob@hotmail.com
Comentários do Blogger
2 Comentários
Dr. Alan, você fez um retrato da atual política nas três esferas de governo, focando exatamente, no reflexo das suas mazelas. O povo, graças a Deus, começa a enxergar a necessidade de fazer mudanças na política partidária, por não acreditar mais nestes representantes sem repredentatividade popular, eleitos a custas escusas.
ResponderExcluirMeus parabéns, que Deus o abençoe e o conserve sempre na posição de cidadão comprometido com o bem estar do Pedreirense.
essa historia de liso era só balela... todos os opositores que ganharam as eleições em varias cidade desse estado corrompido,pegaram dinheiro emprestado e vão se afundar num poço de onde jamais saíram e a conta quem paga são os cofres da Prefeituras que já estão endividas antes mesmo dos novos eleitos assumirem.
ResponderExcluirO dinheiro rolou solto nos últimos três dias que antecederam as eleições e também no dia 20 de outubro.
NADA DE LISO! TINHAM DINHEIRO E MUITO MESMO.