O deputado estadual Josimar de Maranhãozinho (PR), um dos que denunciaram o uso da estrutura do governo por secretários com pretensões eleitorais, estendeu a crise entre a base aliada e o Palácio dos Leões.

Nos últimos dias, ele pagou pelo impulsionamento, em redes sociais, do vídeo em que ele discursa acusando o secretário de Estado da Agricultura, Márcio Honaiser – pré-candidato a deputado estadual pelo PDT –, de distribuir maquinário agrícola em troca de apoio político.

“Fiz uma denúncia contra o secretário de Agricultura do Estado do Maranhão, Márcio Honaiser (PDT) que está distribuindo equipamentos e máquinas agrícolas para os municípios na ordem de 500 mil reais em troca de apoio político (sic)”, escreveu Maranhãozinho em suas redes.

O mesmo material também foi postado, e patrocinado, pela esposa dele, Maria Deusdete Lima, a Detinha (PR).

Josimar de Maranhãozinho não foi o único a denunciar o abuso politico-eleitoral de secretários do governo Flávio Dino. Antes dele, já haviam reclamado do mesmo problema os deputados Raimundo Cutrim (PCdoB) e Vinícius Louro (PR), ambos também da base aliada ao Palácio (saiba mais).

O parlamentar do PR, no entanto, foi o primeiro a citar nominalmente algum dos auxiliares do comunista.

Num duro discurso ainda antes do carnaval, ele não apenas endossou o relato de Cutrim, como denunciou que Honaiser “usa claramente a secretaria para promover sua própria campanha”.

Presidente do PR no Maranhão, o parlamentar citou um caso ocorrido em Araguanã. Segundo ele, na cidade, onde o prefeito também é do PR, Honaiser tem aliança com a oposição, a quem entrega máquinas de programas do Governo do Estado, e deixa o chefe do Executivo sem os equipamentos.

“Secretário está indo aos nossos municípios, à minha região especificamente e chega lá como secretário presenteando a oposição com dinheiro do governo, com equipamentos que custam mais de R$ 500 mil. No final de semana passada, a oposição, com o secretário Márcio Honaiser, que usa claramente a secretaria para promover sua própria campanha, foi lá e presenteou com dois tratores, caminhões, para a oposição do prefeito. Enquanto que o prefeito, que é meu aliado, prefeito reeleito, o prefeito de Araguanã, prefeito esse que discursou no evento do partido, do PR, representando todos os prefeitos e ali elogiou o governo, que é aliado do governo, em setembro pediu uma colaboração para o Festival do Peixe, não teve. Pediu uma colaboração, em novembro, para o aniversário da cidade, também não teve. Pediu uma colaboração agora para o carnaval e foram liberados cinquenta mil reais para fazer um carnaval com quatro noites de festa na cidade”, relatou Maranhãozinho.

O deputado ameaçou deixar a base de Flávio Dino caso esse tipo de prática persista. “De forma alguma vou estar no governo que as pessoas que estão à frente, que representam o governo, lá na minha região, não respeitam o meu partido e muito menos os meus aliados”, disparou.

Na esteira do discurso de Josimar de Maranhãozinho, outros três membros da base governista – Stênio Rezende (DEM), Sérgio Frota (PSDB) e Júnior Verde (PRB) – também reforçaram as denúncias.

“O senhor Márcio Honaiser me dá também uma dor de cabeça em duas pequenas cidades: em Nova Colinas e em Benedito Leite. Ele chega, às vezes, com essas propostas para os prefeitos que dizem: ‘não, eu voto com o deputado Stênio’, citando o meu exemplo. Aí ele diz: ‘pois me dê o vice e dois ou três vereadores’”, denunciou Stênio Rezende.

Honaiser nega

O secretário de Estado da Agricultura do Maranhão, Márcio Honaiser, encaminhou a O Estado, via assessoria, uma nota de esclarecimento a respeito das denúncias de uso eleitoral da pasta. Ele nega as acusações. “Ele [Márcio Honaiser] estava no evento realizando a entrega de uma patrulha agrícola e demais equipamentos, adquiridos via emenda do deputado Cléber Verde. Não fez nenhuma menção ao prefeito, exceto quando falou dos poços que a Sagrima está instalando no município, que foram entregues à Prefeitura. Toda a sua fala foi baseada na entrega dos equipamentos e no trabalho que será realizado nos assentamentos locais. […] O secretário Márcio Honaiser não emitiu sua opinião sobre quaisquer desses aspectos”

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