Oito integrantes da organização criminosa que assaltou a instituição financeira em Bacabal foram apresentados, na manhã desta quarta-feira (5), durante coletiva na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), na Vila Palmeira. O armamento de alto calibre aprendido com o grupo também foi apresentado na ocasião. Ao todo, 10 pessoas foram presas, incluindo o condutor do caminhão que transportava a quadrilha, seis morreram em confronto com a polícia e R$ 45,6 milhões foram recuperados.

A instituição bancária de Bacabal foi alvo de assalto no dia 25 de novembro. A quadrilha era integrada por cerca de 30 pessoas que estavam fortemente armadas. Durante a coletiva, o titular da SSP-MA, Jefferson Portela, destacou que o trabalho investigativo é permanente para captura dos demais integrantes do grupo. Segundo o gestor, eles estão identificados e há informações do paradeiro. O cerco policial se concentra nos principais acessos de mais de nove municípios próximos a Bacabal, para evitar que os criminosos saiam do Maranhão.

“Não vamos admitir que essa quadrilha implante aqui a modalidade ‘novo cangaço’. Temos equipe qualificada e equipamento de grande porte para conter esses criminosos. Nossa polícia está para resolver e dar a resposta imediata. A ordem é encontrá-los e prendê-los, e caso se comportem de maneira inapropriada, que seja aplicada a força da lei”, afirmou Jefferson Portela.

O secretário aproveitou a coletiva para parabenizar os policiais que participaram da prisão dos criminosos e informou que receberão reconhecimento. Jefferson Portela explicou que as forças estaduais estão em contato com representantes da Polícia Federal com fins a obter informações que levem à identificação e ficha policial dos membros da quadrilha. O secretário lembrou que há a possibilidade dos criminosos estarem usando documentos falsos ou identificações de terceiros.

A coletiva realizada na SSP-MA também teve a presença do comandante geral da Polícia Militar, coronel Jorge Luongo; e do delegado geral de Polícia Civil, Leonardo Diniz.

Investigação em andamento

O trabalho de investigação da polícia maranhense conta com apoio da Interpol, Centro de Controle da Aeronáutica, Polícia Federal, polícias dos Estados onde há atuação da quadrilha, além das forças policiais do Paraguai.

Os 10 presos prestaram depoimento na ocasião do flagrante, mas serão interrogados novamente, segundo o titular do Departamento de Departamento de Combate a Roubo às Instituições Financeiras (Dcrif), delegado Luciano Corrêa Bastos. O órgão integra a Superintendência Especial de Investigação Criminal (Seic), da Polícia Civil.

“Tudo que nos foi repassado por eles será colocado à prova em novo interrogatório. Ainda estamos na condução das investigações e perto de prender os demais criminosos que praticaram esse crime de extrema violência em Bacabal”, enfatiza o delegado.

Apontado como responsável pela condução da quadrilha, o paranaense Derli Luiz Gilioli, que dirigia o caminhão no momento da prisão, nega a participação no assalto e diz não conhecer os membros da quadrilha. No primeiro interrogatório, ele sustentou que foi coagido pelo grupo a fazer o deslocamento de todos, no entanto, um dos criminosos relatou que ele receberia pelo serviço.

Os outros membros da quadrilha confessaram participação no assalto e disseram terem sido contratados por Edielson Francisco Lumes, morto em confronto policial. Edielson é irmão de José Francisco Lumes, baiano, que vive no Paraguai e de lá comandaria todo o bando.

Representantes da instituição bancária também foram ouvidos e relataram ao delegado que ainda prossegue a contabilidade e levantamentos para saber quanto foi roubado no assalto. O banco não informou à polícia o valor que estava na instituição na ocasião da ocorrência, alegando sigilo e questão de segurança. Todo o dinheiro recuperado foi restituído à instituição, em Santa Luzia do Paruá.

A polícia segue com a investigação do caso para identificar reforços da quadrilha no transporte ao município de Santa Luzia do Paruá, localização dos demais integrantes, quem mais esteve envolvido com a articulação para o assalto e como os criminosos tiveram acesso a informação dos valores que o banco receberia, dentre outras questões.

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