Cantor fez show na mesma noite em Jequié, cidade baiana onde fica o terminal. Assessoria do artista disse que não vai comentar o caso.


Um avião que transportava o cantor Amado Batista e a equipe do artista fez um pouso no município de Jequié, no sudoeste da Bahia, em um aeroporto que estava fechado e com as luzes da pista apagadas.

O caso ocorreu na noite de domingo (12). A cidade fica a cerca de 368 km de Salvador. Ninguém ficou ferido e o cantor se apresentou normalmente no show que estava previso para ocorrer em um clube da cidade.

A aeronave conseguiu pousar após carros serem levados para o terminal e acionarem os faróis para iluminar a pista e auxiliar no pouso, conforme registro de imagens de testemunhas.

A prefeitura de Jequié, que administra o Aeroporto Vicente Grillo, informou que duas aeronaves de equipes do artista estavam programadas para pousar no terminal, no domingo. Uma delas chegou ao local no horário programado, às 15h.

A outra estava prevista para chegar às 17h, mas só pousou às 17h50, após o pôr do sol. Em nota, a gestão municipal informou que o aeroporto não funciona no turno da noite e a pista fica apagada, sem condições de pouso. [Confira a nota da íntegra ao final da matéria]

Segundo a assessoria da prefeitura de Jequié, os pousos podem ser feitos no local até o pôr do sol. No domingo, a previsão era que a última aeronave chegasse ao terminal até por volta das 17h40. O funcionário da prefeitura que aguardava a chegada do avião percebeu, neste horário, a movimentação da aeronave e providenciou carros para iluminar a pista com os faróis.

Ainda conforme a assessoria da prefeitura, o piloto ficou dando voltas no ar até considerar que havia condições de pouso. O piloto, segundo a administração de Jequié, relatou que saiu atrasado de Sergipe e, por isso, chegou na cidade após o horário previsto.

A assessoria da prefeitura ainda afirmou que o condutor da aeronave disse que não houve nenhum problema técnico e que, caso não conseguisse pousar em Jequié, tinha gasolina suficiente para seguir até o Aeroporto de Vitória da Conquista, cidade distante cerca de 175 km.

A assessoria de Amado Batista, que informou que nem o cantor e nem a equipe irão se manifestar sobre o caso.

Ainda segundo a prefeitura de Jequié, os comandantes de aeronaves sabem quais os aeroportos no Brasil possuem balizamento para operação noturna.

"Diante desse aspecto técnico, considerado básico para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), qualquer piloto que tente o pouso noturno em aeroporto sem esses equipamentos, como é o caso de Jequié, assume toda e total responsabilidade pela operação, salvo em caso de emergência, que deve ser esclarecido e comprovado às autoridades militares logo após o pouso forçado", diz a nota da administração municipal.

Com a situação, a prefeitura de Jequié informou que o pouso no Aeroporto Vicente Grillo, nas condições apresentadas, é de inteira responsabilidade do comandante da aeronave e que o procedimento será comunicado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Em nota, a Anac informou que o aeródromo de Jequié é homologado pela agência e está aberto ao tráfego. No comunicado, a Anac afirma que, de acordo com o registro, o terminal está apto a operar durante o dia, mas que, em caso de pouso de emergência, pode ser utilizado quando necessário.

A Agência Nacional de Aviação Civil ainda informou que as melhorias no aeródromo devem ser feitas pelo operador aeroportuário

Outros casos com Amado Batista


Esta foi a terceira vez em sete anos, que um avião do cantor Amado Batista precisa fazer um pouso de emergência na Bahia. Em 2012, um o pouso de emergência ocorreu na rodovia BA-262, perto da cidade de Aracatu. Onze pessoas estavam dentro da aeronave - dez integrantes da banda e um piloto -, que não sofreram ferimentos. O cantor não estava no voo.

Em 2018, quando ele seguia para um show em Vitória da Conquista, também no sudoeste baiano, a aeronave que ele estava também precisou fazer um pouso de emergência.

Ainda no ano passado, a Anac informou que o avião usado pelo cantor foi interditado por conta de indícios de que era um táxi-aéreo clandestino.

Veja a íntegra da nota

A Prefeitura de Jequié tomou conhecimento a respeito de um pouso realizado no Aeroporto Vicente Grillo, neste domingo, 12, pela aeronave de prefixo PT-WSJ.

Inicialmente, é necessário informar que o Aeroporto de Jequié é de domínio e responsabilidade do Governo do Estado da Bahia, cabendo a Prefeitura de Jequié, em forma de cooperação técnica, a sua manutenção básica e a segurança do espaço interno e no seu entorno, durante seu uso esporádico.

A aeronave modelo B300, Classe Pouso Convencional 2 motores turbohelice, com ano de fabricação 1996, da Fabricante Raytheon Aircraft, com capacidade para 9 pessoas, de propriedade da AB Promoções e Produções Artísticas e Gravadora Ltda EPP, CNPJ 47.509.120/0001-82, do cantor Amado Batista, ao tentar pousar no Aeroporto Vicente Grilo, após a hora do pôr do sol, deixou a população e as autoridades do município em completo estado de alerta, em decorrência da possibilidade de um possível desastre aéreo.

Todos os comandantes de aeronaves conhecem bem, através do Sistema ROTEAR, quais os aeroportos no Brasil que possuem balizamento para operação noturna. Diante desse aspecto técnico, considerado básico para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), qualquer piloto que tente o pouso noturno em aeroporto sem esses equipamentos, como é o caso de Jequié, assume toda e total responsabilidade pela operação, salvo em caso de emergência, que deve ser esclarecido e comprovado às autoridades militares logo após o pouso forçado.

Diante do exposto, a Prefeitura de Jequié, finaliza, informando que o pouso dessa aeronave no Aeroporto Vicente Grillo, nas condições acima apresentadas, é de inteira responsabilidade do comandante da aeronave e que tal procedimento será comunicado a ANAC, com o objetivo de evitar procedimentos aéreos considerados de risco para a população e também o espaço aéreo da cidade.


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