Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu é inaugurado no Maranhão
Formar e qualificar lideranças mulheres quebradeiras de coco babaçu e juventudes rurais. Este é o objetivo do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) que inaugurou, nesta terça-feira (02), o Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu, em solenidade realizada no Auditório do Convento das Mercês, bairro Desterro, Centro Histórico de São Luís (MA).
O Centro de Formação é um componente do Projeto Floresta de Babaçu em Pé, financiado pelo Fundo Amazônia e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e nesta primeira turma tem com intuito formar cerca de 30 mulheres, com faixa etária entre 29 e 70 anos de idade, dos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, territórios estes com maior atuação do Movimento das Quebradeiras no país.
O secretário-adjunto da vice-governadoria, André Bello, ressaltou a importância de centros e espaços de enriquecimento pedagógico como este, para que mulheres possam se qualificar para desenvolver e potencializar suas habilidades, levando adiante a prática da quebradeira de coco babaçu, com preservação e responsabilidade ambiental.
“É de suma importância a criação de mais espaços como este. Um Centro de – como o próprio nome já diz – formação de saberes. Estas mulheres podem contar com a parceria do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Educação, para a potencialização desses saberes. Temos muitos cursos de qualificação e profissionalização disponíveis no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), que podem ser oferecidos por meio do Centro de Formações, levando ainda mais conhecimento e aprendizado à essas mulheres”, disse André Bello.
O secretário-adjunto ressaltou ainda a missão do Governo do Estado em implementar ações que promovam a igualdade social em conformidade ao desenvolvimento ambiental do Maranhão.
“O Governo do Estado caminha neste sentido, promovendo sempre momentos de escuta aos movimentos sociais para ouvir a todos e, a partir dessas reuniões, colocar em prática políticas públicas para potencializar e desenvolver ações do povo maranhense. Além de diminuir a pobreza, a miséria e a desigualdade social em nosso estado”, complementou André Bello.
A coordenadora Geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu e quebradeira de coco babaçu do Médio Mearim no Maranhão, Maria Alaídes Sousa, explica que, ao longo deste ano, a meta do Centro de Formação é capacitar pelo menos 60 pessoas entre jovens e adultos nos seguintes temas: elaboração, implementação e gestão de projetos socioambientais; auto-organização das mulheres, das juventudes, movimentos sociais e do MIQCB e; direito à alimentação saudável e direitos dos povos tradicionais e camponeses.
“Esse momento para nós quebradeiras é de grande satisfação e é a concretização de sonhos que foram construídos ao longo dos anos 1990 até aqui. Este é o momento de falarmos para nós mesmas e o mundo, que falar de educação contextualizada é falar da nossa vivência em nossos territórios. E essas vivências estão imbuídas em vários fatores diários, desde como a gente se organiza na produção até as nossas lutas para mostrar nosso espaço e lutar contra as injustiças sociais que são causadas a nós”, destacou a coordenadora Geral.
“Quebrando saberes, elaborando projetos e preservando a floresta do babaçu”, é a temática central desse primeiro momento de formação que contou com a participação de mulheres quebradeiras do MIQCB, nos quatro estados brasileiros. Mulheres como Franciene Pereira Frazão, do município de Lago do Junco, que é quebradeira de coco desde os 8 anos de idade.
“Este Centro de Formação é muito importante para todas nós. E eu quero aprender mais como preservar o nosso meio ambiente, nossos igarapés, palmeiras e florestas. Estou muito feliz e espero que venham mais e mais ações como esta, para que a gente possa aprender e levar esse aprendizado para dentro das nossas comunidades”, concluiu Franciene Frazão.
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