Filha flagrada asfixiando a mãe no leito de hospital em São Luís irá a júri popular
Filha tenta matar a mãe por asfixia em leito do hospital Dr. Carlos Macieira em São Luís (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
g1 MA
Luciana Paula Figueiredo irá a júri popular. Ela foi flagrada, em janeiro de 2020, tentando asfixiar a própria mãe, a idosa Ana Benedita Figueiredo, de 68 anos, em um leito no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís.
Em decisão do juiz Gilberto de Moura Lima, a data do julgamento será no dia 31 de outubro de 2023, no Salão do Júri do Fórum Des. Sarney Costa, em São Luís.
Vídeo mostra a tentativa de asfixia
O vídeo (veja abaixo) do caso repercutiu e foi gravado por acompanhantes de outros pacientes que estavam na mesma enfermaria e perceberam uma movimentação estranha no leito.
Nas imagens é possível ver a idosa sendo asfixiada pelo nariz e pela boca pela mão de Luciana, que ainda usa um lençol para impedir que a vítima consiga respirar. A idosa, mesmo em condições frágeis de saúde, ainda tenta reagir levantando uma das mãos para tentar conseguir tirar a mão do seu rosto, mas não consegue.
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Ana Benedita estava internada com um quadro grave de embolia pulmonar. Por ter passado muito tempo sem respirar, ela teve que ser levada de volta para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Na época, Luciana tinha 32 anos e acabou presa por homicídio triplamente qualificado. A mãe, Ana Benedita, teve complicações após o caso, mas chegou a ter alta um mês depois. Porém, em abril, acabou morrendo.
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Caso aconteceu no Hospital Dr. Carlos Macieira em São Luís (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
Para a polícia, uma das hipóteses para o crime é que Luciana estaria cansada de cuidar de uma mãe idosa, que apresentava vários problemas de saúde. O Ministério Público, posteriormente, denunciou Luciana por tentativa de homicídio.
Luciana nega o crime
Após ser presa, Luciana contou, em depoimento à polícia, que toma um medicamento para tratamento de doenças mentais e que colocou 12 gotas do remédio (rivotril) em um copo com água para tomar, mas, por engano, deu à mãe.
Luciana disse ainda que, quando percebeu o que havia feito, 'passou a verificar se a idosa ainda estava respirando normalmente' e tentou reanimá-la colocando a mão na boca e no nariz da mãe.
Luciana Paula Figueiredo foi autuada por tentativa de homicídio. — Foto: Reprodução/TV Mirante
Em um outro depoimento à polícia, ao ser questionada se é a favor da eutanásia, Luciana respondeu que "os pacientes terminais deveriam ter o seu direito de escolher".
A defesa de Luciana também tentava provar que ela possui transtornos mentais e pediu a instauração de incidente de insanidade mental no processo sobre o caso. A Justiça determinou a avaliação biopsicossocial de Luciana, mas a conclusão foi que, mesmo com os transtornos, ela é responsável pelo que aconteceu.
"A perícia médica oficial não negara o fato de a acusada ser portadora de doença mental (transtorno de personalidade emocionalmente instável), bem como afirmara a necessidade de tratamento ambulatória, no entanto, conclui que a doença mental em alusão não que lhe retirara a plena capacidade de entender o caráter criminoso do ato praticado e de determinar-se de acordo com esse entendimento, razão pela qual fora devidamente homologada por este Juízo declarando que a acusada, ao tempo dos fatos, era plenamente imputável", diz o processo.
Em nota ao g1, os dois advogados de defesa de Luciana afirmam que a acusada nega que praticou o crime e que, durante o julgamento, vai provar sua inocência (Leia a nota completa abaixo).
Nota da defesa de Luciana Paula Figueiredo:
"Em nota a Sra Luciana Paula nega veementemente a autoria do fato delituoso que lhe está sendo imputado, oportunamente, perante o corpo de jurados ela provará sua inocência" , diz a defesa.
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