Evacuação de casas no Rio Grande do Sul é maior no Brasil em três décadas
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise sem precedentes. O estado atingiu o maior número de evacuações residenciais já registradas no Brasil nos últimos 30 anos.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, até o último sábado (11), um total de 537,3 mil gaúchos foi desalojado de suas casas. Isso estabeleceu um novo recorde nacional de desalojamentos nos últimos 30 anos, por causa das enchentes no estado.
De acordo com estatísticas compiladas pelo jornal, que abrangem desastres como chuvas intensas, inundações e vendavais, o Estado do Rio Grande do Sul superou o recorde anterior de Santa Catarina. Em 2011, durante o inverno, o estado catarinense viu 219 mil pessoas serem forçadas a deixar suas casas, por causa das fortes chuvas.
Os dados são organizados por estado e estação do ano. Os números mostram como esses eventos afetam extensas áreas.
Atualmente, 618 mil pessoas, entre desabrigados e desalojados, enfrentam essa crise no Rio Grande do Sul. Em 2011, as cidades catarinenses de Blumenau e Itajaí registraram 135 mil evacuações.
Em outro evento significativo, em 2009, o Maranhão contabilizou 163,1 mil desalojados, principalmente nas cidades de Bacabal, Pedreiras e Trizidela do Vale.
Desde fevereiro, o estado gaúcho sofre com intensas chuvas. Ao menos 30 municípios decretaram situação de emergência.
A série histórica do governo federal, que começou em 1991, revela que 7,7 milhões de brasileiros foram desalojados e mais de 2,1 milhões desabrigados nas últimas três décadas, por causa de desastres naturais.
Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisa Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirmou à Folha de S. Paulo que a ocupação de áreas de risco e a falta de investimento em infraestrutura de contenção são fatores que agravam a situação.
Ele lembra que a histórica enchente de 1941 demorou 32 dias para recuar e enfatizou a importância de não esperar a baixa do rio para restabelecer serviços básicos à população.
Paiva também afirma que as características geográficas do estado, que incluem áreas planas e serranas, ampliam as condições para a ocorrência de cheias.
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